Sonata Arctica faz show preciso em meio a caos urbano no Rio

Por: Danielle Barbosa
Foto: Ana Clara Carvalho/UDR

A noite da última quinta-feira (18) foi marcada por heavy metal de qualidade para os cariocas. O Sonata Arctica, banda de power metal finlandesa formada por Tony Kakko (vocais), Elias Viljanen (guitarra), Tommy Portimo (bateria), Henrik Klingenberg (teclado) e Pasi Kauppinen (baixo), se apresentou no palco do Circo Voador, na Lapa, para uma boa quantidade de público.

Os músicos desembarcaram no Brasil na última semana para uma excursão de 10 shows da turnê que divulga o álbum “The Ninth Hour” (2016) e foram do Sul ao Nordeste, incluindo cidades como Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Belém, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Rio, São Paulo e Limeira/SP na agenda.

Com nove álbuns de estúdio lançados e mais de 20 anos de estrada, o grupo cultiva uma base fiel e apaixonada de fãs e é uma das referências no gênero na atualidade. O som do quinteto é único e bastante particular, o que sempre chamou a atenção da crítica e os colocou em uma prateleira intocável das bandas de rock dos anos 2000. Diferente do heavy metal mais tradicional e que é “porrada atrás de porrada”, o Sonata Arctica sabe balancear os solos de guitarra com a inclusão de teclados e Kakko, por sua vez, alterna entre vocais mais melódicos e o gutural, também. As composições, ao invés de fazer cultos à demônios e rituais satânicos, falam basicamente de emoções e o amor está no ponto central de tudo.

Foto: Ana Clara Carvalho/UDR

O show:
O cenário de caos urbano ao redor do Circo Voador e nas imediações da Lapa/Centro do Rio foi o pano de fundo para o show do Sonata Arctica. Em meio aos confrontos entre manifestantes e policiais militares e ônibus em chamas, o grupo cumpriu o contrato rigorosamente e subiu ao palco na hora programada. O público, no entanto, foi chegando aos poucos e “na correria” meio à apresentação, provavelmente em virtude da dificuldade de acesso ao local. O quórum dentro da casa foi bastante satisfatório, apesar de tudo.

Muitas das pessoas pareciam ter vindo direto do trabalho, devido à quantidade de trajes sociais em um show de heavy metal. Um fato curioso, é claro, mas completamente explicável no contexto em que o show se inseriu.

Ao invés de tensão e uma ‘vibe’ carregada dentro do Circo, parece que os fãs conseguiram fazer bem o seu papel de deixar de lado o que acontecia do lado de fora e focar realmente na performance dos músicos em cima do palco. Eles, com uma ótima presença de palco; a plateia, bastante animada em certos momentos, principalmente com os sucessos “Fullmoon”, única música do “Ecliptica” (1999) tocada na noite, a melódica “Tallulah” e a inconfundível “Don’t Say a Word”.

A setlist seguiu a mesma programação que havia sendo executada em outros países, com quase um terço das faixas provenientes do “Ninth Hour”, cinco no total. Na listagem, apenas uma música de cada álbum foi contemplada e do “The Days of Grays”, nenhuma. Por conta disso, a energia e ânimos do público deu uma esfriada e coube ao frontman do Sonata Arctica reverter essa situação com bastante simpatia e desenvoltura. Cativante, Tony Kakko brincava e fazia piada com as pessoas para prender a atenção e retomar o controle da atmosfera do show. A iniciativa do cantor funcionou, principalmente pelo público ter sido, em sua maioria, casais e composto por muitas mulheres , com faixa etária na casa dos 20 anos.

Foto: Ana Clara Carvalho/UDR

“Vocês estão mantendo a música viva”, agradeceu e elogiou o público com um tom bastante motivador já na parte final da setlist. Nos extremos do palco, os músicos que acompanhavam Kakko deram um show com um instrumental preciso e muito fiel à reprodução do CD. O vocalista, também, merece só elogios: dono de uma voz invejável, Tony Kakko ainda tem muito a oferecer pro mundo do rock e, com recém-completados 42 anos, muitos anos de vida à frente do Sonata Arctica!

É fato indubitável o talento dos finlandeses, o que explica a longevidade da banda: desde 1996 na ativa. Nosso desejo é que voltem logo ao Brasil e (tomara!) que para um show mais tranquilo e menos cercado de problemáticas externas.

Setlist
1. We Are What We Are
2. Closer to an Animal
3. The Wolves Die Young
4. In Black and White
5. Tallulah
6. Fairytale
7. Misplaced
8. FullMoon
9. Among the Shooting Stars
10. No More Silence
11. Abandoned, Pleased, Brainwashed, Exploited
12. Intermission
13. We Are What We Are
14. Life
BIS:
15. The Power of One
16. I Have a Right
17. Don’t Say a Word


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