Garbage faz show inesquecível em sua primeira passagem pelo RJ

Por: Paulo Schwinn
Foto: Lucas Tavares / Zimel

Uma espera de vinte anos chegou ao fim na noite de domingo, 11 de dezembro de 2016: pela primeira vez a banda Garbage subiu num palco do Rio de Janeiro, no caso o mítico Circo Voador. Com ingressos esgotados, o show foi arrebatador, catártico, emocionante e inesquecível.

Desde cedo a expectativa era imensa. Fãs de várias partes do Brasil chegaram a partir das 13 horas na fila. Tinha gente de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Ceará, Brasília, dentre outros lugares distantes. Tudo para demonstrar seu amor a essa banda que muitos ali seguem desde o início, em 1995.

A expectativa deu lugar a êxtase quando Shirley Manson (voz), Duke Eriksson e Steve Marker (guitarras), acompanhados por Eric Avery (baixo) e o baterista Eric Gardner (que esta substituindo temporariamente o baterista Butch Vig por problemas de saúde) subiram ao palco pouco depois das 8 da noite.

A sequência inicial começou com ‘Supervixen’, ‘I’m Think I’m Paranoid’, ‘Stupid Girl’ e ‘Automatic Systematic Habit’, foi matadora, incrível, com o público cantando e pulando do início ao fim não dando tempo nem pra respirar! As coisas acalmaram só um pouco na sequência com ‘Blood For Poppies’ e ‘The Trick Is To Keep Breathing’. Mas ao final dessa canção problemas no retorno de Shirley deixaram a vocalista um tanto tensa. ‘I can’t hear’, ela disse quase no final de ‘The Trick…’, arrancando os fios do retorno amarrados à cintura, para em seguir brincar com a situação: ‘está tudo bem, está tudo sob controle, as vezes tudo está bem, ás vezes não’, tirando muitos risos da platéia.

E ela pode, pois o show é praticamente todo dela, com um domínio absurdo do palco, Shirley Manson é uma performer que hipnotiza e conquista a atenção e os corações dos presentes. Ela é intensa, contundente, engraçada, tensa, autêntica. Fala o que pensa, como antes de ‘Sex Is Not The Enemy’ em que lembrou da época do álbum ‘Bleed Like Me’ ter sido muito difícil para a banda, pois a gravadora se metia muito no que eles deveriam fazer ou no momento em que disse para os fãs, chamados por ela carinhosamente de ‘darklings’, que eles deviam ser quem eles quisessem, dando um ‘fuck you’ para aqueles que não os respeitassem. Por isso ela é tão querida por seu público.

E a apresentação foi prosseguindo com a adrenalina a mil. O setlist trouxe músicas de todos os álbuns do grupo, num apanhado geral da carreira. As canções do primeiro álbum (Garbage, de 1995) e de Version 2.0 (1998) foram ovacionadas, num total de 10, se contarmos o único b-side a ser tocado, #1 Crush, da época do debut, o de capa rosa. ‘Why Do You Love Me’, começa sem aviso e leva a galera à loucura total, com Shirley cantando ora ajoelhada ora deitada boa parte da letra. As canções de Strange Little Birds não foram esquecidas. Cinco delas estiveram no setlist, sendo ‘Magnetized’ uma das mais festejadas, com muita gente já sabendo cantar as letras de cor.  A energia não baixou um minuto sequer. A sequência final antes do bis, seguiu a inicial, com 4 canções matadoras para todo mundo pular e cantar junto: ‘Shut Your Mouth’, ‘Vow’, ‘Only Happy When It Rains’ e a espetacular ‘Push It’, uma das melhores performances ao vivo da banda.

As três últimas músicas do primeiro show do Garbage em terras cariocas vieram para deixar muita saudade em quem estava no Circo. ‘Queer’; outra nova (Empty), cantada em uníssono como se fosse de um dos dois primeiros álbuns, e o final apoteótico com ‘Cherry Lips’. Um protocolar ‘thank you, good night, Rio’, encerrou esse show histórico e intenso de emoções, suor e lágrimas de Shirley Manson e companhia. Voltem sempre!

Tracklist:
1. Supervixen
2. I Think I’m Paranoid
3. Stupid Girl
4. Automatic Systematic Habit
5. Blood for Poppies
6. The Trick Is to Keep Breathing
7. Sex Is Not the Enemy
8. Blackout
9. Magnetized
10.Special
11. #1 Crush
12. Even Though Our Love Is Doomed
13. Why Do You Love Me
14. Night Drive Loneliness
15. Bleed Like Me
16. Shut Your Mouth
17. Vow
18. Only Happy When It Rains
19. Push It
Bis:
20. Queer
21. Empty
22. Cherry Lips (Go Baby Go!)

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