Entrevista com Sharon den Adel da banda Within Temptation

Por: Durr Campos (assessoria de imprensa Dark Dimensions )

foto/divulgação
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Prestes a desembarcar no Brasil, a banda Within Temptation fará três shows este mês da turnê de divulgação do álbum “Hydra”. A banda toca no dia 28/11 em Recife; 29/11 no Rio de Janeiro e 30/11 em São Paulo.

A vocalista, Sharon den Adel, recentemente concedeu uma entrevista à produtora Dark Dimensions, quando falou sobre a turnê do WITHIN TEMPTATION deste mês na América Latina, em especial no que diz respeito aos três concertos no Brasil.

Os temas da conversa também incluíram curiosidades acerca do novo álbum “Hydra”, o vindouro DVD/Blu-Ray “Elements”, sua relação com os fãs, a ousadia em percorrer outros caminhos criativos e muito mais.

ENTREVISTA

01. Ao contrário do que era apenas uma idolatria, hoje as redes sociais e, consequentemente, as inúmeras ”fan pages” criadas exercem um papel fundamental na promoção de um grupo ou artista. Como você analisa este advento?

Sharon den Adel – As coisas tem se desenvolvido bastante. Antes havia o que chamamos ”street teams”, apesar de que em alguns países isto continua bastante forte, o que inclui certos privilégios de nossa gravadora, por exemplo. Eu pessoalmente acho tudo isso maravilhoso! Nossa base de fãs na América Latina tem feito muito pelo Within Temptation, não podemos reclamar (risos).

02. Há algum tempo você respondeu questionamentos no twitter acerca do set-list nesta turnê e a possibilidade de mudanças no mesmo quando viessem para a América Latina.

Sharon – O que ocorre é que não queremos tocar exatamente o mesmo repertório todas as noites, entende? Há pelo menos três categorias em quem colocamos nossas canções: as que pensamos realmente funcionar no palco; as que o público de fato esperam que toquemos – os clássicos, por assim dizer – e as rotativas, isto é, itens que vamos experimentando aqui e acolá e podemos trocá-las sem aquele peso de termos mudado algumas coisas. Naturalmente estamos promovendo o álbum “Hydra” e pelo menos 1/4 do nosso set acaba sendo baseado nele. Perguntamos aos garotos e garotas e estamos realmente curiosos para saber as opções que virão deles. Após tantos discos lançados, confesso, esta tarefa da escolha do que tocar vai ficando cada vez mais complicada.

03. Vamos falar um pouco sobre o “Hydra”. Este trabalho traz provavelmente a maior diversidade musical em um mesmo álbum da banda. Entretanto, você consideraria ”resgatar” algo da sonoridade mais antiga e sinfônica do Within Temptation ou esta nova dinâmica irá ditar o caminho de agora em diante?

Sharon – Adoramos o que fizemos em “Hydra” e ainda estamos orgulhosos dele. Além do mais, comprovamos o poder deste novo material ao vivo. Há muita energia e positividade quando executamos algumas dessas músicas, mas baseado no que temos composto nessas últimas semanas – e isto eu estou apenas supondo a você – haverá elementos sinfônicos, porém em um nível jamais realizado por nós. Há diversos caminhos para chegarmos em um mesmo ponto, portanto todos os elementos que compõem um trabalho do Within Temptation desde o começo acompanhará esta banda de alguma maneira.

04. A primeira vez em que estiveram no país foi em 2009, quando tocaram apenas em São Paulo. Três anos após, o Rio de Janeiro fora incluído e desta vez, Recife, representando a primeiríssima visita da banda no nordeste do Brasil, região onde o Within Temptation é também bastante popular. Você acha que as mudanças no som e a pegada mais acessível tenham ajudado nisto?

Sharon – Vou te contar. Há inúmeras reclamações dos demais países da América Latina, pois eles ficam enciumados por tocarmos mais no Brasil, sabia dessa? (risos) Na real, precisamos ter as melhores pessoas ao nosso lado trabalhando juntas para fazermos a ”besta” cair na estrada e mantermos nosso padrão, que é alto! Infelizmente não são todos os promotores que conseguem tal façanha, mas com a Dark Dimensions tem funcionado muito bem. Sobre o papel do “Hydra” neste quesito, observamos que mundialmente tem havido uma ótima aceitação, em especial se nos basearmos no anterior, “The Unforgiving” 2011. Além disso, há o advento da crise na indústria fonográfica, que reduziu as vendas físicas consideravelmente. Mesmo assim, até o momento, este está superando em números de compras. Estamos muito felizes!

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05. Você ficará surpresa quão longe seus fãs irão viajar para vê-los em um desses três shows. Lembremos do tamanho deste país…

Sharon – O Brasil é incrivelmente grande, uau! Ao mesmo tempo que me surpreende, o que você disse não me causa estranheza. Estando na estrada por tanto tempo, você vê coisas como grupos de pessoas viajando da Austrália para nos ver na Holanda. Também da América Latina, principalmente quando se trata de um concerto especial, gravação de DVD, comemorações, etc. Quer dizer, ainda me espanto quando encontro os fãs e eles me contam suas histórias de aventura por nossa causa. Respeitamos isto demais!

06. A banda tem feito versões atípicas das obras de artistas atípicos aos fãs, tais quais Lana Del Rey e Bruno Mars. Como surgiu esta ideia? Se quiser, mencione outros nomes que chamam sua atenção atualmente.

Sharon – A ideia veio de uma estação de rádio na Bélgica a qual escutamos bastante na estradaNota do entrevistador: Trata-se da Q-Music, umas das mais populares emissoras de rádio nos Países Baixos. Em nenhum momento partiu dos integrantes, mas resolvemos considerar o convite. Eles estavam tão entusiasmados em nos ouvir fazendo isto, que nos empolgamos também. Foi um grande desafio, até porque estávamos sem tempo algum, haja vista que “Hydra” estava em pleno processo de gravação. A cada semana enviávamos um cover gravado ao staff da Q. Aprendemos tanto fazendo aquelas versões, pois quando se observa a composição alheia, percebe-se muito sobre o próprio trabalho, ainda mais em um estilo diferente do nosso. Quanto ao track-list, recebemos diversas opções para escolhermos as que mais gostávamos. A Q-Music é uma difusora nacionalmente conhecida, não tocam heavy metal diariamente, mas dance e pop music. Fazermos isto acaba sendo deveras mais interessante do que coverizar clássicos do metal, como Iron Maiden e Slayer, por exemplo. Bem, seria muito bacana fazermos isto também risos, mas pensamos transformar uma canção genuinamente distinta de nosso mundo ser mais revigorante. Ah! Você me entendeu (risadas gerais).

07. Isto me leva a perguntar sobre uma canção como ”And We Run”, totalmente ”fora da caixa” mesmo para o Within Tempation. Vocês chegaram a temer a reação geral por trazerem Xzibit, ícone do hip-hop nos EUA, para um álbum da banda?

Sharon – Consideramos bastante, pode acreditar. Até nosso empresário disse que estávamos malucos risos. Com todo respeito, nós não nos importamos com o pavor ao redor e apostamos na arte e no quão interessante seria nos desafiar novamente. Há algumas doutrinas no heavy metal que tentam ditar como ele deve ou não soar. É bem mais divertido quebrar regras assim do que obedecê-las risos. Quando anunciamos a presença de Xzibit houve uma comoção forte, inicialmente de desapontamento, mas fizeram aquilo sem ao menos dar uma chance de ouvir primeiro a música. Felizmente, hoje percebemos a imensa maioria nos apoiando e apontando ”And We Run” como uma de suas favoritas em “Hydra”. Em cada lugar que a tocamos, bastavam as primeiras notas para o público aplaudir efusivamente, nos enchendo de orgulho por termos fãs tão simpáticos e receptivos.

08. Continuando sobre o tema, vocês já considerava ter os demais convidados Nota do entrevistador: Howard Jones, Tarja Turunen e Dave Pirner quando aquelas canções eram escritas?

Sharon – Na verdade não. De fato foi após finalizarmos todo o processo, incluindo as gravações dos vocais, que sentamos e discutimos sobre trazermos pessoas as quais todos admiravam para fazer parte do álbum. Exceção feita à ”And We Run”, pois já sabíamos que haveria um rap ali e gostaríamos que o Xzibit improvisasse o que ele bem entendesse para soar genuíno e honesto. Quando definimos os demais convidados, enviamos as demos e o que recebemos nos deixou maravilhados!

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09. Houve algo realmente único durante o processo de composição em “Hydra”?

Sharon – Na verdade as mudanças no processo veio desde “The Heart of Everything” 2007, quando chegamos ao ponto de pensarmos se poderíamos fazer algo melhor que nele em termos de combinação das partes sinfônicas ao tipo de metal tocado desde que iniciamos esta jornada. Ali de fato nos encontramos e conectamos literalmente o que realizávamos no estúdio com o que executávamos nos palcos. Sentimos que a partir dali teríamos que encontrar outras fontes de inspiração para manter a criatividade e relevância de nossa música, especialmente a nós mesmos. Desde então, o que fazemos é não pensarmos demais: Simplesmente sentamos e começamos a compor sem impor limites ou regrinhas. Outra coisa é quebrar a tensão tocando em festivais ou shows esporádicos durante a estadia em estúdio. Temos nos divertido bastante desde que tomamos esta decisão.

10. Vamos falar um pouco sobre o novo DVD/Blu-Ray intitulado “Let Us Burn”, o qual celebra o aniversário de 15 anos da banda.

Sharon – A ideia central, lógico, veio da celebração pelos nossos 15 anos. Queríamos trazer os ex-membros do Within Temptation para a festa ficar ainda mais bela e demos ao momento o nome de ”Elements”, para conectar nosso passado ao presente e indicar o futuro. Resgatamos diversos ”elementos” de toda nossa carreira e resumimos ali o que a banda é nos dias atuais. Caprichamos na produção deste material, sem falsa modéstia risos. Trabalhamos com os melhores profissionais possíveis no intuito de unirmos imagem e sons em alta qualidade a uma performance única e inspirada de todos.

11. O trailer disponível no site da banda me deixou bem curioso.

Sharon – Tenho certeza que sim risadas gerais. Olha, a abertura do show é qualquer coisa de espetacular. Aguarde e confie!

12. E você acha possível alguns ”elementos” espetaculares desses virem para os shows no Brasil?

Sharon – Aquele foi o que chamamos de shows de arena, o que o difere dos concertos em clubes, como os que faremos na América Latina. Se nos tornarmos realmente grandes no Brasil, certamente levaremos o pacote completo ao público. Para o momento, o formato será o mesmo que fazemos em todo o planeta considerando os tamanhos das casas, mas são bem legais também risos.

13. Se esquecemos de perguntar algo, fique a vontade para acrescer.

Sharon – Creio que falamos sobre todos os pontos importantes e atuais como o álbum “Hydra”, a turnê, o DVD/Blu-Ray, etc. Estou satisfeita com o papo. Só tenho a agradecê-lo, aos nossos fãs brasileiros e à produtora Dark Dimensions por nos proporcionar este novo encontro. Esperamos ver todos nos concertos agora em novembro. Se me permite, gostaria de finalizar dizendo que já iniciamos o processo de composição de novas músicas e até o momento soa tudo bastante vigorante e novo, mas ainda teremos muito trabalho pela frente (risos).

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