Sum 41 vem a São Paulo pela primeira vez e faz show inesquecível

Por: Daniela Baroni
SUM 41- Foto: Andréia Takaishi/Universodorock

Pode parecer mentira, mas faz mais de 5 anos que o Sum 41 anunciou que viria para o Brasil pela primeira vez; vendeu centenas de ingressos e, em seguida, cancelou os três shows que faria por aqui, além de outras 12 datas fora do país, por motivos de saúde do vocalista. Quando foi anunciado que a banda finalmente viria a Porto Alegre e São Paulo no fim de 2016, a sensação entre os fãs era de alegria, mas também de receio de talvez ter que encarar outro cancelamento.

Felizmente, tudo correu perfeitamente bem. A banda passou primeiro por Porto Alegre na quarta-feira (07/12) e veio para a capital paulista nessa quinta-feira (08/12) para tocar no Tropical Butantã, lugar que, atualmente, vem sendo um hot spot para apresentações de rock.

O Tropical Butantã é muito conhecido na região por ser uma casa de forró que só recentemente resolveu variar seu foco musical. Segundo um dos seguranças de lá, a melhor coisa que aconteceu com a casa foram os frequentes shows de rock, já que agora o ambiente é mais tranquilo e há muito menos brigas para separar do que num evento de forró. É importante que isso seja pontuado para que possamos acabar, de uma vez por todas, com esse estereótipo absurdo que o rock carrega de ser violento, sendo que a violência dele está somente nas melodias.

Por volta das 17h30, a fila para entrar na casa já virava a esquina e a ansiedade estava latente no rosto de todos. Foi somente às 19h que os portões se abriram e os fãs correram para dentro procurando um lugar bom para ficar até o fim do evento. Com menos da metade do público dentro da casa, a banda Backdrop Falls iniciou a abertura, que incluiria mais duas bandas. Com um som mais melódico, a banda cearense se apresentou pela primeira vez em São Paulo e fez um bom trabalho de animar a turma da grade que ficaria ali por mais algumas horas.

SUM 41- Foto: Andréia Takaishi/Universodorock

Em seguida, o palco foi dominado pela banda de rapcore La Raza. Já acostumada a abrir para atrações internacionais, a banda sabia muito bem como tocar seu show. O vocalista Alex Panda não admitia que ninguém ficasse parado só porque não os conhecia, o que funcionou muito bem. Mas foi quando o Strike subiu no palco que o Tropical Butantã começou a pegar fogo. A banda mineira tem uma presença de palco forte e o vocalista Marcelo Mancini pedia constantemente que a galera pulasse ou abrisse rodas no meio da pista ao som de sucessos como “Fluxo Perfeito”, “O Jogo virou” e “Paraíso Proibido”. O último show de abertura culminou em um medley de músicas do Charlie Brown Jr. com ajuda de Alex Panda, que incluíam “Papo Reto”, “Proibida pra mim” e “Te levar”.

Com as atrações de abertura concluídas, só restava agora esperar pelo prato principal. Por volta das 22h15, as luzes se apagaram e Deryck Whibley, Cone McCaslin, Tom Thacker, Frank Zummo e David Baksh correram para o palco já iniciando o single “The Hell Song”. O chão começou a tremer, luzes vermelhas iluminaram a casa e um pano pendurado atrás da banda caiu e revelou uma bandeira enorme com o nome “Sum 41”.

“Demoramos cinco anos, mas finalmente lançamos um novo álbum. Essa é uma música nova em folha chamada ‘Goddamn I’m dead Again’”, disse Deryck. O álbum “13 Voices” foi lançado esse ano e foi responsável por, enfim, trazer o Sum 41 para o Brasil. A setlist também contou com mais quatro sons do álbum que, embora não fosse tão conhecido quanto os outros, não impediu que o público pulasse sem parar.

SUM 41- Foto: Andréia Takaishi/Universodorock

Parte da energia do show dessa quinta-feira era de responsabilidade do frontman do Sum 41. Deryck, que passou por diversos problemas nos últimos anos, incluindo problemas com drogas e sobrepeso, agia como se fosse 2004, pulando e correndo para lá e para cá em suas calças skinny. Quando tocava sua guitarra em algumas músicas, ficava desesperado por ter de ficar parado em frente ao microfone; o que queria era interagir com a plateia. Se não estava pulando e correndo, estava jogando palhetas para os fãs e agradecendo incessantemente. “É a nossa primeira vez aqui, né? Obrigado, obrigado, obrigado!”

O show incluiu grande parte dos seus singles famosos, como “Motivation”, “In too deep” e “Still Waiting” e definitivamente foi daqueles shows difíceis. Não dá para escolher um momento só como o melhor. Poderia ser o coro de vozes cantando “Walking Disaster”; poderia ser a bateria de hits que veio no final do show e levou os fãs a loucura; poderia ser o cover punk energético de “We will rock you” do Queen; ou poderia ser o clima de partir o coração durante “Pieces” no bis. Ou poderia ser tudo.

A música “Makes no difference” foi a escolhida para marcar a diferença entre a setlist de São Paulo e a de Porto Alegre, que incluiu “Welcome to Hell”. A noite foi encerrada com o sucesso “Fat Lip”, que ficou muito famoso quando entrou para a lista de músicas do jogo Guitar Hero. Com essa última música, veio também uma performance inesquecível com direito a explosões de fumaça e confetes. Show terminado, as luzes do Tropical Butantã acenderam e o êxtase do público era palpável.

Para um show de uma banda como o Sum 41, que dificilmente é a banda preferida de alguém, a expectativa não era tão alta. E talvez essa tenha sido uma das razões para o show ter sido tão incrível. Isso e, claro, a energia, presença de palco e agilidade de um grupo grato por finalmente poder tocar para os fãs no Brasil. É como dizem, antes tarde do que nunca.

Setlist
1.    The Hell Song
2.    Over my Head (Better Off Dead)
3.    Fake My Own Death
4.    Goddamn I’m Dead Again
5.    Underclass Hero
6.    Screaming Bloody Murder
7.    There will be blood
8.    War
9.    Motivation
10.    Grab the Devil by the Horns and Fuck Him up the Ass
11.    We’re all to Blame
12.    Walking Disaster
13.    With Me
14.    God Save us All (Death to POP)
15.    No Reason
16.    We will Rock you (Queen cover)
17.    Still Waiting
18.    In too Deep
Bis
19.    Pieces
20.    Makes No Difference
21.    Fat Lip


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