Sonata Arctica agita Circo Voador em sua terceira vinda consecutiva ao RJ

Por: Leonardo Melo

Foto: Antonio Cesar
Foto: Antonio Cesar

Para uma banda que até 2013 jamais havia tocado no Rio de Janeiro, chega a ser surpreendente ver o quarto show do Sonata Arctica na cidade em tão pouco tempo. Essa mais recente apresentação aconteceu na última terça-feira (dia 3 de março), marcando a estreia dos finlandeses no Circo Voador (as demais, incluindo as duas seguidas em 2014, ocorreram no Teatro Rival). A atual turnê é a maior do grupo até hoje pela América Latina (com dez datas só no Brasil!) e divulga o seu oitavo álbum de estúdio, “Pariah’s Child”, lançado há cerca de um ano.

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No entanto, não caberia apenas ao “novo” disco o papel de destaque no repertório. Tal protagonismo é dividido com “Ecliptica”, o primeiro trabalho do quinteto de power metal, em 1999. Já homenageado na turnê anterior, que celebrou os 15 anos de seu lançamento, o CD debut contribuiu com o maior número de faixas no setlist. Foram seis ao todo, uma a mais do que o último álbum, de onde, aliás, saiu a bacana “The Wolves Die Young”, responsável pela abertura da noite. Ainda assim, a maioria dos discos da banda foi representada com ao menos uma música, exceto “Winterheart”s Guild” (2003) e “The Days of Grays” (2009), ambos ignorados.

Mas foi com o material extraído de “Ecliptica” que o show teve seus melhores momentos. Na metade do primeiro bloco, a balada “Letter to Dana” proporcionou um belo espetáculo do bom público presente, que cantou cada parte da letra e iluminou a pista com seus smartphones, ao erguer e movimentar os braços para os lados, em coreografia iniciada pelo vocalista Tony Kakko. A veloz “8th Commandment”, lá no comecinho da performance, assim como as clássicas “FullMoon”, no encerramento da etapa inicial, e “Replica”, já no bis, também foram recebidas com grande entusiasmo e participação dos cariocas.

Foto: Antonio Cesar
Foto: Antonio Cesar

O clima de descontração era igualmente visível entre os integrantes, como na coreografia “à la Helloween”, protagonizada por Tony, ao lado do bom guitarrista Elias Viljanen e do não menos competente baixista Pasi Kauppinen, durante “Paid in Full”, do álbum “Unia” (2007). Além de explorar o gogó (principalmente nos agudos), o vocalista não economizou na interação com fãs. Devolveu bexigas (nas cores da bandeira finlandesa, azul e branca) atiradas ao palco, puxou palmas, além de gritos e coros da plateia. Houve espaço até para agradecer aos que compraram os ingressos e foram prestigiar o show.

Já Tommy Portimo, vestindo uma camisa da seleção brasileira, descia o braço sem dó na bateria posicionada no lado direito do palco. O impacto das pancadas na caixa e, sobretudo, nos dois bumbos, podia ser sentido como um soco no peito até por quem estava no fundão da pista. Henrik Klingenberg, por sua vez, quase não encostou nos teclados de mesa à esquerda do palco, preferindo usar um keytar, do qual não largou um só segundo nos noventa minutos de show. Não há dúvida que o instrumento possibilita mais liberdade ao músico e permite sua aproximação com o público, como nas faixas “San Sebastian”, do EP “Successor” (2000) e“Black Sheep”, do disco “Silence” (2001), em que Henrik dividiu os solos com Elias na beira do palco.

A julgar pela vibração e pela sintonia entre banda e público, o Sonata Arctica já pode deixar na agenda um espaço reservado ao Rio de Janeiro na sua próxima turnê. Como, aliás, certamente também poderá fazer nas demais cidades do Brasil e dos demais países da América Latina onde os finlandeses visitam atualmente. Os apaixonados fãs já provaram que lá estarão sempre, por pelo menos mais 15 anos.

Setlist completo:

01. The Wolves Die Young (do “Pariah”s Child”)
02. 8th Commandment (do “Ecliptica”)
03. Paid in Full (do “Unia”)
04. What Did You Do in the War, Dad? (do “Pariah”s Child”)
05. Losing My Insanity (do “Stones Grow Her Name” – Ari Koivunen cover)
06. Black Sheep (do “Silence”)
07. Letter to Dana (do “Ecliptica”)
08. Blood (do “Pariah”s Child”)
09. I Have a Right (do “Stones Grow Her Name”)
10. X Marks the Spot (do “Pariah”s Child”)
11. Love (do “Pariah”s Child”)
12. San Sebastian (do “Successor”)
13. UnOpened (do “Ecliptica”)
14. FullMoon (do “Ecliptica”)

Encore:
15. My Land (do “Ecliptica”)
16. Replica (do “Ecliptica”)
17. Don”t Say a Word (do “Reckoning Night”) + Vodka

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