Rock Street homenageia a África e celebra sua influência na música contemporânea

Por: Rafaela Guimarães

A primeira coletiva de imprensa do Rock in Rio, realizada na última terça-feira (14/03), falou sobre a nova Rock Street, que este ano, terá como tema, a África.

Com a presença de artistas como Evandro Mesquita e sua banda, Blitz, Roberta Medina apresentou o novo projeto da Rock Street, enfatizando que a sétima edição do festival no Brasil, será a maior realizada em todos os tempos.

Com uma nova Cidade do Rock, que agora será no Parque Olímpico, o evento terá início às 14:00, indo até a madrugada, por volta das 4 horas da manhã. Segundo Roberta, o evento já estava com um espaço “espremido”, por isso houve a mudança para um lugar maior, depois de três edições feitas no Parque dos Atletas. Ela, também, prometeu uma Lineup de luxo, com Guns N’ Roses e The Who na mesma noite, além de outros astros como Lady Gaga, Maroon 5 e Red Hot Chilli Peppers.

Além da nova Cidade do Rock, o palco Sunset estará maior que em todas as edições anteriores. Foi criado, também, um bairro novo, que contará com uma calçada da fama, contendo mãos de artistas e pessoas que foram importantes para o crescimento do Rock in Rio ao longo dos anos.

Para os amantes de comida, um novo Espaço Gourmet foi criado, com cerca de mil metros quadrados, onde terão mesas e espaços para consumirem, além de um ambiente totalmente descontraído e novo, que foi inspirado no Mercado da Ribeira.

Tendo a música africana como base da contemporaneidade, a Rock Street terá três shows por dia, além de ter vinte casas, cada uma com um tema e significado diferente.

Para dar um gostinho de como serão os dias de festivais, o grupo LesTambours de Brazza fez uma apresentação para a imprensa e convidados, mostrando que o tema escolhido para esta sétima edição, não poderia ser mais importante.

Foto: Rafaela Guiamrães/UDR

“A Rock Street fala de unidade e pluralidade ao mesmo tempo. Essa mistura de linguagens que a rua proporciona – música, dança, ritmo e performance – se encaixa perfeitamente ao conceito que vem sendo estudado e trabalhado pela equipe. Tudo isso estará refletido nos artistas que estarão no palco”, explica Toy Lima, diretor artístico.

Sobre os artistas:

Les Tambours de Brazza
A mais espetacular banda de percussionistas da África Central, o coletivo Les Tambours de Brazza é um ícone da chamada world music. Mesclando a tradição e modernidade dos vários ritmos do Congo em vertiginosas apresentações baseadas no som do Ngoma, tambores de acentos rítmicos variados que dialogam com instrumentos ocidentais como baixo e guitarra o grupo contagia e encanta. Criado em 1991, o Les Tambours, como são mundialmente conhecidos, já se apresentaram nos mais prestigiados festivais de todo o planeta mostrando a graça e pulsação de sua música e dança. São mágicos do ritmo e do corpo e trazem um pouco de sua ancestralidade em suas composições que vão do rap ao reggae.

Ba Cissoko
Com muita energia no palco Ba Cissoko é um dos mais conceituados músicos de origem griot. Ele reinventa em suas composições a tradição Mandingue mostrando como multi-instrumentista o seu afro-beat pontuado por instrumentos como a Kora, o D´Gouni, guitarra, baixo e tomani – tambor falante usado em toda a África do oeste em países como Senegal, Gâmbia e Nigéria.
Seu último trabalho gravado, Nimissa de 2012 foi recebido com grande sucesso de público e crítica e atualmente Cissoko é um nome referência nos line-ups de muitos festivais descolados da Europa. Criado em 1999, o grupo de Ba Cissoko é uma das atrações mais esperadas da Street África.

Mamani Keïta
O Mali, país de riqueza musical intensa, não poderia estar de fora dessa celebração africana no Rock in Rio. A cantora e compositora Mamani Keïta que onde quer que se apresente sua calorosa música leva a verdade musical de sua origem foi a escolhida. Artista engajada na divulgação da música africana em todo o mundo Mamani Keïta vem pela primeira vez ao Brasil com seu grupo que eletrifica suas canções com o suingue e a doçura das mulheres malineses. A sintonia dela com seu grupo é única e admirável tendo colhido os mais belos elogios e é executada nas rádios destacadas em todo o mundo.

Alfred et Bernard
Os primos Alfred e Bernard são nascidos e criados em uma grande família musical do Burundi, pequeno país central da África onde nasce o rio Nilo e ritmos bastante singulares. Seu instrumento original é o Umuduri, ancestral e bastante parecido com o berimbau usado no Brasil. Desde seu primeiro álbum de 2010 o Alfred et Bernard vem se utilizando da mixagem de instrumentos tradicionais e modernos em suas apresentações que lhe valeram o principal prêmio da música africana em 2011, o L’East African Music Awards na categoria Folk/Musique Traditionenelle em Nairobi. Seu último trabalho de 2015, La vois des collines figura hoje como um dos mais representativos da música de sua região em todo o mundo.

Fredy Massamba
Uma das mais belas vozes da África, Fredy Massamba é de Pointe-Noire (Congo) e já rodou o mundo com suas canções que sob a base rítmica africana junta elementos que vão do soul ao funk em performances que costumam deixar o público maravilhado. Sua inacreditável voz, potente e gutural, dá toda a beleza às línguas originais de seu canto, o Kingongo e Lingala e lhe renderam convites para gravações com músicos como Mos Def and the Roots entre tantos. Também pela primeira vez no Brasil, Fredy Massamba é o próprio canto africano original e se apresentou nos mais prestigiados festivais de todo o mundo com uma formação que reúne guitarra, baixo, teclados e uma incrível percussão corp oral.

Tyous Gnaoua
O Tyous Gnaoua é um grupo que se formou nos anos 90, liderado pelo Maâlem (mestre do ritmo) Abdeslam Allikane na cidade de Essaouira, antiga Mogador no Marrocos. Essaouira e a música Gnaoua sempre fascinaram os músicos do planeta inteiro. Jimy Hendrix esteve lá duas vezes, e em 1999, o Maâlem Allikane fundou o festival Gnaoua de Essaouira que atrai músicos de todo o mundo como Sting e Pat Metheny entre tantos. No Brasil, o grupo vai apresentar sua música fascinante sempre pontuada pelo contrabaixo “Guemberi”, um dos instrumentos mais antigos da civilização. Já seu canto é um amálgama das línguas árabes e do Bambara, típica dos povos nômades do deserto.


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