Pet Shop Boys traz atmosfera oitentista em espetáculo de luzes

Por: Danielle Barbosa
Foto: Ana Clara Carvalho/UDR

O duo londrino, formado por Neil Francis Tennant e Christopher Sean Lowe, se destacou pelo visual.

É impossível pensar em Pet Shop Boys sem associá-los à ascensão da música pop eletrônica. Criado no início dos anos 80, a dupla de músicos é um espetáculo à parte quando se trata de visual: elementos cênicos como grandes espirais no fundo do palco e uma iluminação impecável, com direito à lasers e projeções – especialmente pensada para quem vê o show de longe, seja dentro de um dos lounges das marcas ou da área Vip. Pra quem está de perto, a cenografia ajuda a conduzir o público pelos momentos em que a apresentação é marcada. Quando se fala em visual, é importante salientar que se trata do todo: não é só a produção de palco que recebe uma atenção toda especial, o próprio figurino de Neil e Christopher é pensado com carinho para chamar atenção.

Como bons britânicos, os artistas seguiram a tradição de manter a pontualidade e adentraram o Palco Mundo às 21h com “Inner Sanctum”, do álbum “Super”, lançado em 2016. O festival de luzes e a sonoridade “metalizada” deram o tom da performance, criando uma atmosfera tipicamente oitentista. Por conta disso, talvez, as pessoas que interagiam com o som e cantarolavam as canções passavam da casa dos 40 anos, no geral. Isso explica, também, o porquê a maioria do público, que ia dos 18 aos 25 anos, em sua maioria, não conhecia as canções e pouco se empolgou. Muitos, inclusive, sentaram no chão para descansar ou ficaram passeando pelos estandes e outros atrativos dentro da Cidade do Rock.

Foto: Ana Clara Carvalho/UDR

As músicas passearam mais de três décadas de carreira e, é claro, “Domino Dancing”, “West End Girls” e “Always On My Mind” não poderiam ficar de fora. “Rio de Janeiro! É fantástico estar de volta ao Rio, aqui com vocês!”, exaltou Neil. As declarações e agradecimentos ao povo brasileiro não ficou apenas nos protocolares “obrigados”, mas foram além. “Se a Vida É (That’s The Way Life Is)” foi realmente produzida e pensada no público do Brasil. A dupla fez questão de enfatizar isso e agradecer, dizendo que essa música foi dada à eles como presente.

Apesar das tentativas de interação em momentos pontuais do show, o Pet Shop Boys veio para o Rock in Rio para: 1) apresentar o trabalho mais recente feito por eles e; 2) impressionar pela estética do show e fidelidade ao gênero musical que ajudaram a popularizar. A proposta foi cumprida com êxito e certamente agradou (e muito!) os fãs do duo, que se puseram a dançar como em uma verdadeira discoteca na pouco mais de uma hora de show. Fica um questionamento, porém: “Será que eles foram escalados para o dia com o melhor lineup, ou seja, que mais se encaixa com a música que eles produzem?”. Em um parque onde mais da metade do público estava ali para ver bandas mais jovens (e algumas até teen – o 5 Seconds of Summer, por exemplo), isso talvez possa ter influenciado a perspectiva de alguns para considerar o show “monótono”, como ouvi muitos definirem.

Se para uns a experiência foi entediante e digna de dar sono (literalmente!), para outros foi a realização da vida de ver novamente a peculiaridade de Neil e Christopher bem de perto, após anos longe das terras tupiniquins.

Setlist:
1. Inner Sanctum
2. Opportunities (Let’s Make Lots of Money)
3. Burn
4. Se A Vida É (That’s The Way Life Is)
5. West End Girls
6. Home and Dry
7. The Enigma
8. Vocal
9. The Sodom and Gomorrah Show
10. It’s a Sin
11. Left to My Own Devices
12. Go West (Village People cover)

BIS:
13. Domino Dancing
14. Always on My Mind (Brenda Lee Cover)

VEJA A GALERIA DE FOTOS DO SHOW:

Por: Ana Clara Carvalho/UDR

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