Mesmo com sussurros cansados de Axl, o Guns N’Roses consegue empolgar público paulista

Por: Gisele Santos

Foto/crédito: MRossi
Foto/crédito: MRossi

Como de praxe, o Guns N”Roses atrasou. Após 1h30 de espera, o público – que lotou a Arena Anhembi em São Paulo, dia 28 de março – às 23h35 ouviu os primeiros acordes de “Chinese Democracy” (música que dá nome ao único CD lançado, após as mudanças da banda, em 2008).

O vocalista Axl Rose sussurrava ofegante algumas frases das letras de boa parte das músicas – que formaram o set list de 2h de duração. Mas os fãs paulistas, principalmente das antigas, não ligaram muito para isso e até ajudaram em coro. Desde o retorno dele ao país, em 2011, no Rock in Rio, foi perceptível essa perda de potência vocal de Axl. Na época muitas críticas surgiram, inclusive brincadeiras maldosas que a voz desafinada e fraca parecia de algum usuário de gás hélio.

Mesmo Axl (52) não ter mantido a voz e muito menos a forma física nos últimos anos, diferente de muitos outros ídolos do rock bem mais velhos do que o vocalista, é intrigante como ele ainda consegue lotar as arenas. Hits das antigas animaram as 22 mil pessoas entre a plateia (“It”s so easy”, “Mr. Brownstone”, “Estranged”, “November rain”), além de uma rápida homenagem ao Ayrton Senna – com o “Tema da Vitória” – antes do início de “Don”t Cry”. No dia 1º de maio será o aniversário de 20 anos da morte do piloto brasileiro.

Os músicos da atual formação são bons, apesar de nada carismáticos e muito técnicos. O remanescente Dizzy Reed continua um cara legal e mandou muito bem nos teclados e backings. Para tentar ”encher linguiça”, alguns solos entediantes de Bumblettot e Tommy Stinson aconteceram roboticamente.

Foto/crédito: MRossi
Foto/crédito: MRossi

O Guns N’Roses na verdade se transformou em Axl e banda, fazendo cover dele mesmo – mas ainda arrastando multidões para os shows em torno do sucesso dos anos 90. Julgar que eles se aproveitam dos hits das antigas não é coerente, pois muitas bandas estão fazendo igual há muito tempo e faturando rios de dinheiro (Aerosmith, Metallica, etc).

SET LIST
1. Chinese Democracy
2. Welcome to the Jungle
3. It”s So Easy
4. Mr. Brownstone
5. Estranged
6. Better
7. Rocket Queen
8. Richard Fortus Guitar Solo
9. Live and Let Die
10. This I Love
11. Holidays in the Sun
12. (Sex Pistols cover) (Tommy Stinson nos vocais)
13. Dizzy Reed Piano Solo
14. Catcher in the Rye
15. You Could Be Mine
16. DJ Ashba Guitar Solo
17. Sweet Child O” Mine
18. November Rain
19. Abnormal
20. Bumblefoot Guitar Solo
21. (Tema da Vitória) Don”t Cry
22. Knockin” on Heaven”s Door
23. Civil War
24. Nightrain
BIS:
25. Patience
26. The Seeker (The Who cover)
27. Paradise City

Resumo da passagem do Guns N Roses pelo Rio de Janeiro e São Paulo no qual a equipe do Universo do Rock esteve credenciada

Nota do editor: Paulo Cassio

A banda norte-americana Guns N’ Roses, uma das mais importantes e reconhecidas no cenário do rock mundial, apresentou uma série de shows em solo brasileiro. Os shows fazem parte da turnê “South American Tour 2014”. Mesmo após os atraso para subirem ao palco, causando revolta e impaciência em muitos dos presentes, os Gunners são capazes de levantar a multidão e fazer com que esta se rendesse ao carismático Axl Rose e cia, deixando de lado o clima de tensão e vaias que antecedem o início dos shows.

A formação atual do grupo conta com: Axl Rose (vocal), DJ Ashba (guitarra), Richard Fortus (guitarra), Ron “Bumblefoot” Thal (guitarra), Chris Pitman (teclados) e Frank Ferrer (bateria), que, diga-se de passagem, mostraram um entrosamento afinadíssimo e alta qualidade técnica, não decepcionando aqueles que assistiram aos shows ou eram apegados aos membros da formação antiga.

Um dos momentos mais emocionantes nesses dois shows, foi o novo solo do guitarrista Dj Ashba, “La Bella Vita” – levantou gritos dos fãs – e o solo do guitarrista Bumblefoot, que tocou na íntegra o Hino Nacional Brasileiro e fez com que todos cantassem juntos. Certamente, um dos pontos mais altos do espetáculo.

Axl Rose impressionou pela disposição e maneira que conduziu os show do início ao fim, bem diferente da última vez em que esteve no Brasil – participando do Rock in Rio, em 2011. Desta vez, lembrou os tempos antigos com vocais bem melhores e um figurino estiloso composto por óculos escuros e um chapéu, aos quais permaneceu ao longo de todas as apresentações da banda.

Conclusão: Em um show de mais de duas horas de duração, com certeza todos que compareceram ficaram totalmente satisfeitos, apesar de todos os acontecimentos. A produção e o público proporcionaram um espetáculo único. O Mr. Axl Rose mostrou que seu time entrou pra ganhar e irão continuar assim até o fim. Sem dúvida alguma, Guns N’ Roses é uma outra banda…. E ainda bem melhor!

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