Meshuggah faz show espetacular no Carioca Club em São Paulo

Por Andréia Takaishi
Foto: Andréia Takaishi/Universodorock
Foto: Andréia Takaishi/Universodorock

O roteiro poderia ser de um desastre: tarde fria de uma segunda feira em São Paulo com o transito caótico habitual. Felizmente o que se viu foi algo bem diferente disso, um show fantástico de uma das bandas mais influentes do metal mundial atual, o também caótico Meshuggah em sua segunda passagem pelo Brasil (a primeira foi em 2013), na parte final da turnê do álbum “Koloss” que se estende desde o lançamento do trabalho em 2012.

Antes que os protagonistas da noite subissem ao palco, tivemos o show de uma das melhores bandas da nova safra brasileira de metal, os paulistas do John Wayne entraram arrebentando e colocando a galera que já começava a encher o Carioca Club para agitar. O grupo formado por Fabio Figueiredo nos vocais, Rogério Torres e Junior Dias nas guitarras, Denis Dallago no baixo e Edu Garcia na bateria apresentou repertorio baseado em musicas dos seus dois álbuns de estúdio.

Após uma pequena introdução, a banda já entra com tudo com a faixa “Caim”, presente no ultimo álbum da banda “Dois Lados – Parte I” lançado em 2015, desse álbum tocaram ainda as faixas “Pesadelo Real”, “Dois Lados – Parte I (inferno)”, “Quatro Velas” e “Recomeço”. Do primeiro álbum da banda, de 2012, tocaram a espetacular “Tempestade”, “Lagrimas” com alterações de andamento muito interessantes e “Retrato da Nossa Miséria”, que fechou o show de maneira exemplar.

Vale ressaltar o cuidado da banda com a parte gráfica de seus trabalhos, apresentando clipes de qualidade impressionante além de cuidado com o visual de seus integrantes, cuidados esses que muitos músicos brasileiros não têm e que podem não ser o mais importante, mas demonstram o carinho com que a banda é tratada, colocando-os no mesmo patamar das grandes bandas gringas. Parabéns para a organização pela escolha para a abertura.

Foto: Andréia Takaishi/Universodorock
Foto: Andréia Takaishi/Universodorock

Pode não parecer, mais os suecos do Meshuggah completam 30 anos de existência em 2017. Nesse tempo todo lançou álbuns que desafiam o ouvinte comum, através de estruturas musicais complexas e cheias de peso, fugindo das convenções básicas do estilo. Com o tempo também aumentaram bastante a base de fãs que acompanham seus trabalhos e shows (o último álbum de estúdio já é o álbum mais bem-sucedido da banda).

Assim como no show de 2013, o setlist foi baseado no já citado “Koloss”, que dividiu com o álbum de 2008 “obZen” a maior quantidade de musicas da noite, mas não faltaram clássicos dos álbuns “Nothing”, “Catch Thirtythree” e “Chaosphere”. Pouco comunicativos em cima do palco, a banda formada por Jens Kidman nos vocais, Frederick Thordendal e Mårten Hagström nas guitarras, Dick Lövgren no baixo e Tomas Haake na bateria, preferiu deixar que o clima fosse ditado pelo andamento das musicas. E o peso que emanou dos PAs foi brutal e hipnotizante fazendo com que a sintonia do publico com o grupo fosse total.

Seguindo à risca o setlist de todos os shows da turnê na América Latina, o espetáculo começa com uma musica do álbum “Nothing” de 2002, “Perpetual Black Second”, com o andamento complexo tradicional da banda a faixa foi um ótimo cartão de visita do que estava por vir. Em seguida a faixa “obZen”, primeira do álbum de mesmo nome, mostra a impressionante qualidade técnica dos músicos da banda, com precisão milimétrica nos arranjos.

Na sequência emendaram duas musicas do álbum “Koloss”, a tensa “Swarm” emendada pela paulada “The Hurt That Finds You First”. Dando andamento ao show, tocaram a faixa de abertura do álbum “Nothing”, “Stengah” e uma das mais esperadas do álbum “obZen”, a fantástica “Lethargica”. O resto do show mescla musicas dos já citados 5 álbuns da banda, com toda a competência esperada desses músicos que buscam sempre inovar e surpreender seus fãs. A faixa escolhida para fechar o show foi a maravilhosa “Dancers To a Discorndant System” quer também finaliza o álbum de 2008.

O próximo algum da banda já tem data para chegar: 7 de outubro de 2016. Já é cedo para pedir eles de volta no Brasil? Se depender do publico presente, podemos espera-los de volta bem antes dos 3 anos que eles demoraram entre esse show e a primeira turnê por aqui.

Setlist:

01. Perpetual Black Second
02. obZen
03. Swarm
04. The Hurt that Finds You First
05. Stengah
06. Lethargica
07. Do Not Look Down
08. Bleed
09. In Death – Is Life
10. In Death – Is Death
11. Straws Pulled at Random
12. New Millennium Cyanide Christ
13. Demiurge
14. Dancers to a Discordant System


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